Trabalhar como voluntário zacariano

Palestra no campo de trabalho de inverno para juventude zacariana; Miguel Pereira – RJ – 19 julho 2017.

Comecei a trabalhar como voluntário ainda bastante jovem, com 12/13 anos, recolhendo papel, roupas velhas e ferro para vender a fim de arrecadar dinheiro para missões. Depois de um terrível terremoto em Napoli, com 10 jovens, dediquei meu tempo para reconstruir um pequeno vilarejo.
Com o tempo, comecei a ter diferentes experiências de voluntariado, ensinando na escola com os professores, sempre convidando um jovem a dedicar seu tempo para outro alguém.
Dez anos atrás, com Cristina e outro estudando, fomos para o México na nossa nova paróquia, para trabalhar com as crianças e jovens do lugar: era cansativo, mas belo.
Quando nos encontramos no fundo do poço, quando se pensa que tudo está torto, ajudar os outros te faz perceber que seu problema é grande, mas também existem outras pessoas também com problemas, então pode voltar a sorrir. Quando você se vê como pecador e pensa que nao poderá mais amar, que não é digno do amor de Jesus, fazer um gesto de caridade lhe mostra que ainda podes amar, assim pode se reerguer de seus pecados.
Não são poucas as pessoas e jovens que dedicam seu tempo para o voluntariado. A Itália, por exemplo, tem o maior número de voluntários da Europa. Mas também são muitos os jovens que não dedicam seu tempo, por pensarem apenas em si próprios.
Dedicar tempo para outra pessoa não é um gesto romântico, é um modo de vida. Não se pode ser bom apenas para ajudar idosos ou aqueles na prisão. Um voluntário tenta ser bom em todas suas escolhas de vida. Um exemplo semi sério: não posso me colocar a serviço de alguém sem me pôr a serviço daquele que cria. A encíclica Laudato si’ recorda a força da dimensão do voluntariado dando atenção a criação. Um exemplo é como usamos a água, se pensamos somente em gastar ou se pensamos em utilizá-la conscientemente.
Há uma dimensão cristã no voluntariado: dedicamos nosso tempo a outro alguém não só por ser um gesto bonito ou para nos sentirmos bem, mas porque Jesus nos convida a servir o outro, aos pobres, porque a face de Deus é pobre. Voluntariado é uma vocação/missão!
Hoje mais do que nunca se precisa de uma formação e coordenação para trabalhar como voluntário. Isso é um dever ético, não só pelo motivo de associações laicas serem muito profissionais, mas porque um cristão não pode fazer algo com o pensamento de que uma Ave Maria basta para enfrentar devida situação. Existe um trabalho de formação que nós, Barnabitas começamos há algum tempo na Itália e estou contente de estar aqui para compartilhar com vocês essa formação.
Vocês, juvens do Rio de Janeiro, estão nos primeiros estágios dessa formação profissional e também espiritual. É uma formação que não posso fazer sozinho como padre, mas preciso que se juntem os leigos e profissionais.
Faço um exemplo: reparem e observem o modo o qual trabalham. Se coloquem a falar de nosso trabalho, do nosso modo de trabalhar. Isso é fundamental para crescer e fazer crescer.
Quando começamos nossa missão na Albânia (15 anos atrás), porque aprendemos a ver e julgar nosso trabalho, surgiu o Barnabiti APS. Uma organização reconhecida pelo governo italiano.
Especialmente no mundo de hoje, mundo esse globalizado e regulamentado, é necessário existir uma organização de referência para certificar nosso trabalho. Parece difícil, mas é necessário.
Agora temos de aprender a trabalhar melhor em conjunto com o mesmo objetivo: amar o próximo onde o Espírito Santo nos leva, este é um ensinamento de SAMZ.

Se somos #SAMZseguidores, esta é a estrada!

p. Giannicola M. Simone