Folha 6
Uma ecologia integral
Tudo é em relazione, daqui a necessidade de una cultura ecologica integrale.
A ecologia lembra à primeira vista, o ambiente, mas o ambiente refere-se a uma relação particular, a que existe entre natureza e sociedade que vive e em que tempo, espaço, física, química, biologia são relações mais entrelaçadas entre eles.
Daqui resulta que a poluição de uma parte não pode ser resolvida a partir de uma única perspectiva; assistimos hoje a um único complexo crise sócio-ambiental. Portanto, devemos sempre ter em mente cada vez mais o ecossistema natural e o ecossistema social.
«Hoje, a análise dos problemas ambientais é inseparável da análise dos contextos humanos, familiares, laborais, urbanos, e da relação de cada pessoa consigo mesma, que gera um modo específico de se relacionar com os outros e com o meio ambiente. Há uma interacção entre os ecossistemas e entre os diferentes mundos de referência social e, assim, se demonstra mais uma vez que «o todo é superior à parte”» (141).
(Pensemos no consumo das drogas, 142).
Tudo isto envolve uma ecologia cultural, levando ao respeito do indivíduo contra um achatamento global. «É preciso assumir a perspectiva dos direitos dos povos e das culturas, dando assim provas de compreender que o desenvolvimento dum grupo social supõe um processo histórico no âmbito dum contexto cultural e requer constantemente o protagonismo dos actores sociais locais a partir da sua própria cultura.”(144). “Neste sentido, é indispensável prestar uma atenção especial às comunidades aborígenes com as suas tradições culturais. Não são apenas uma minoria entre outras…» (146).
A consequência da ecologia integral se deve experimentar em uma ecologia da vida diária, composta por habitação, transportes, a feiúra dos ambientes e sobre as relações humanas, o caos da cidade.
Mas especialmente «a ecologia humana também significa algo muito profundo: a relação necessária da vida humana com a lei moral escrita em sua própria natureza, relação essencial para criar uma atmosfera mais digna. Há uma “ecologia do homem”, porque “tambémo homem tem uma natureza que ele deve respeitar e que ele não pode manipular à vontade” (B XVI) Nesta linha, temos de reconhecer que o nosso corpo nos coloca em uma relação direta com o meio-ambiente e com os outros seres vivos. A aceitação do próprio corpo como um dom de Deus é necessária para acolher e aceitar o mundo como um dom do Pai e casa comum; em vez uma lógica de dominação sobre o seu próprio corpo se transforma em uma lógica, por vezes sutil de domínio sobre a criação. Aprender a aceitar seu corpo, a cuidar e a respeitar os seus significados é essencial para uma verdadeira ecologia humana. Também apreciar o seu próprio corpo em sua feminilidade e masculinidade é necessário para reconhecer-se no encontro com o outro diferente de você. Desta forma, é possivel aceitar com alegria o dom específico do outro ou de outra, obra de Deus, o Criador, e enriquecer-se uns aos outros. Portanto, não é uma atitude saudável que pretende eliminar a diferença sexual, porque já não sabe como lidar com ele» (154).
Um descurso deste tipo – e aqui resumo os números sucesivos – só pode ser entendida se considerarmos o ponto de referência inicial do bem comum e seu papel central e unificador na ética social. Neste contexto, a questão da família e da justiça entre as gerações.
«O ambiente situa-se na lógica da recepção. É um empréstimo que cada geração recebe e deve transmitir à geração seguinte».(159)
«O homem e a mulher do mundo pós-moderno estão em risco permanente de se tornar profundamente individualistas, e muitos problemas sociais atuais são considerados em conjunto com a busca egoísta da gratificação imediata, com a crise dos vínculos familiares e sociais, com as dificuldades de reconhecer o outro. Muitas vezes se é diante a um consumo excessivo e míope dos pais que prejudicam os filhos … por isso, além da leal solidariedade entre-geracional, precisa reiterar a urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade no seio das gerações» (BXVI) (162).